12 de set. de 2025
Nando
CEO | FOUNDER
Na publicidade, consistência não é detalhe: é marca registrada. Pense em campanhas clássicas da Nike, da Coca-Cola ou da Nubank. Você pode reconhecer um anúncio apenas pela paleta de cores, pelo jeito que a tipografia respira ou até pela iluminação.
Com a chegada da inteligência artificial, o desafio se tornou ainda mais intenso. Se antes diretores de arte já tinham que equilibrar estilo, tipografia, iluminação e narrativa, hoje enfrentamos o fator da aleatoriedade dos modelos generativos. A IA é abundante, mas também imprevisível. Ela pode abrir infinitas possibilidades para variações de campanha, mas, sem direção criativa, cada peça corre o risco de parecer parte de um universo diferente.
Neste artigo, vamos mostrar como é possível usar IA para expandir campanhas sem perder identidade, explorando técnicas de prompt, uso de imagens de referência, consistência de personagens e workflows multipeças.
O que significa consistência visual em campanhas com IA
Consistência não é sobre copiar e colar o mesmo design em todos os lugares. É sobre criar um fio narrativo visual que percorre todas as variações de campanha, mesmo quando elas mudam de formato, proporção ou canal de veiculação.
A consistência está na paleta de cores que se mantém coerente, no personagem que aparece reconhecível em cada cena, no estilo de fotografia ou ilustração que não se dilui. O público, ao ver essas variações, deve ter a sensação de que todas as peças nasceram da mesma direção criativa.
O equilíbrio entre repetição e variação
O risco da consistência é cair na monotonia. Uma campanha que repete demais os mesmos elementos pode se tornar cansativa, enquanto uma que varia sem controle perde identidade.
A chave é pensar em consistência como um corpo: ele pode mudar de roupa, de acessório, de cenário, mas continua sendo a mesma pessoa. Essa é a forma como marcas fortes trabalham com suas campanhas, não repetindo fórmulas, mas criando variações coerentes.
Por que a consistência é um desafio na IA
As ferramentas foram desenhadas para gerar diversidade. Pequenas alterações em prompts podem resultar em personagens diferentes, atmosferas visuais desconectadas ou estilos contraditórios. O que deveria ser uma série de variações consistentes pode se transformar em um mosaico de imagens sem relação entre si.
Marcas não precisam de uma única peça, mas de dezenas. Um post para redes sociais, uma arte para mídia programática, um vídeo para YouTube e um material para ponto de venda. Cada variação tem de falar a mesma língua. Esse é o verdadeiro desafio, usar a abundância da IA sem perder a linha narrativa que mantém o público conectado.
O risco do “AI Slop”
Nos últimos anos, o mercado começou a usar a expressão “AI Slop” para definir aquele conteúdo artificial sem identidade, plastificado, genérico. Essa é a armadilha de campanhas feitas com pressa ou sem direção criativa. É fácil se encantar com a abundância da IA e esquecer que uma marca precisa de coerência para ser reconhecida.
Como criar consistência em campanhas com IA
O papel do guia de estilo
Antes de abrir qualquer ferramenta de IA, é fundamental ter um guia de estilo claro. Isso significa estabelecer a paleta de cores que vai reger a campanha, os tipos de tipografia, o clima de iluminação, a linguagem fotográfica ou ilustrativa que será replicada em cada peça.
O uso estratégico de imagens de referência
Uma das formas mais eficazes de garantir consistência é usar um conjunto de imagens de referência como base. Elas funcionam como âncoras, reduzindo a aleatoriedade dos modelos. Se a campanha tiver um KV, ele segue valendo como base. Porém, para fluxos com IA, o caminho mais certeiro é partir de várias referências alinhadas ao mesmo estilo e aplicá-las nas ferramentas.
No Midjourney, esse pacote vira moodboard e alimenta o Style/Omni Reference. Já no Visual Electric e no Recraft, o conjunto se transforma em estilos reutilizáveis que você aplica em série.
A partir desse set de referências, você gera variações que mantêm personagem e estética, explorando ângulos, cenários ou pequenas mudanças de ação, sempre puxando de volta para o mesmo universo visual. Esse material vira o “norte” que acelera a aprovação e garante coerência.
Técnicas de prompting para manter coerência
A engenharia de prompt é a arte de falar com a IA com clareza. Para manter consistência, é essencial fixar parâmetros como o tipo de lente, a iluminação, a paleta de cores e o estilo visual.
Uma vez definidos, esses parâmetros devem ser repetidos em todas as variações. É como se você estivesse construindo um alicerce visual. A partir desse alicerce, é possível experimentar variações controladas, sem que a identidade visual se perca.
Consistência de personagens como centro da narrativa
Nada quebra mais a conexão com o público do que personagens inconsistentes. Se o rosto de uma modelo muda em cada peça, a sensação de identidade desaparece. A solução está em criar uma imagem base e, sobretudo, usar os recursos de consistência que já fazem parte do seu fluxo.
No Midjourney, o Omni Reference ajuda a manter o mesmo rosto e traços em diferentes cenas sem perder o estilo. No Freepik, usando o Flux ou Nano-Banana (Gemini 2.5 Flash Image), você consegue preservar a fisionomia e estética enquanto muda contexto, luz ou figurino. No prompt, mantenha explícito: “mesmo personagem, mesmas feições, rosto idêntico”
Workflows para campanhas consistentes
O conjunto de referências como ponto de partida
Em qualquer projeto visual, o KV (peça-mãe) funciona como norte. Para fluxos com IA, esse KV pode e costuma nascer de um conjunto de referências bem selecionado.
Ela não é apenas a primeira imagem aprovada, mas a síntese de tudo o que a campanha quer comunicar: a atmosfera, a paleta de cores, a identidade dos personagens, o estilo fotográfico ou ilustrativo.
Com IA, esse papel se torna ainda mais crucial. Sem uma peça-mãe clara, cada variação corre o risco de se transformar em uma estética própria. Por isso, é preciso polir detalhes com pós-produção e garantir que o resultado final seja forte o suficiente para sustentar a multiplicação que virá.
O banco de referências como repositório
Uma vez definida a peça-mãe, é preciso organizar um banco de referências. Nele ficam armazenados os personagens fixos, as paletas de cor, os grafismos e as composições que servirão de norte para cada nova variação. Esse banco funciona como um manual vivo da campanha, sempre consultado antes de gerar novas imagens.
Esse banco é dinâmico. Ele cresce conforme a campanha evolui, recebendo novas adições a cada rodada de produção. E mais do que um arquivo estático, deve ser constantemente consultado e atualizado.

O grande erro de quem trabalha com IA é acreditar que basta salvar algumas imagens no computador. Um workflow profissional exige organização, separar pastas por personagem, marcar as versões aprovadas, documentar prompts usados e até registrar as seeds para reprodução.
Esse cuidado cria um ecossistema de referências que não só garante consistência, mas também acelera o processo. Em vez de recomeçar do zero a cada variação, o time tem à mão um arsenal visual que orienta decisões criativas.
Produção em lotes e curadoria
O próximo passo é produzir variações em lotes, alterando elementos secundários sem perder o núcleo visual. Essa etapa costuma gerar excesso de opções, e é aí que entra a curadoria.
Selecionar manualmente as variações mais coerentes é o que garante que a campanha não se dilua. Essa combinação entre abundância gerada pela IA e olhar humano de curadoria é o que diferencia campanhas consistentes de campanhas descartáveis.
Aqui, o papel humano é insubstituível. A IA não entende nuances de branding e não reconhece se um detalhe destoa do tom da campanha. É o diretor de arte quem precisa filtrar, recortar, ajustar e decidir quais imagens são aprovadas.
É nessa junção que mora a força do workflow com IA: abundância artificial combinada com seleção humana. Uma campanha consistente nasce quando a máquina produz volume, mas o olhar humano garante unidade. O resultado é uma campanha rica em variações, mas amarrada por uma linha estética clara, que o público reconhece instantaneamente.
Ferramentas de IA para manter consistência
A escolha da ferramenta é parte decisiva no processo de garantir consistência visual em campanhas. Cada software carrega um “cérebro estético” diferente, com pontos fortes e limitações próprias. A ideia não é escolher uma só, mas entender o papel de cada uma dentro do workflow: algumas são perfeitas para gerar imagens estáticas com controle de estilo, enquanto outras brilham no movimento, criando variações de vídeo com fluidez narrativa.
Consistência em imagem geradas com IA
A criação de imagens consistentes exige ferramentas capazes de dialogar bem com prompts, trabalhar com imagens de referência e manter personagens e estilos estáveis. No mercado, algumas já se tornaram padrão para profissionais criativos.
Midjourney
O Midjourney continua sendo o atalho mais rápido para um visual de campanha com apelo estético alto. Use Style Reference quando quiser replicar paleta, textura, iluminação ou tratamento, sem copiar o sujeito, e use Character/Omni Reference quando a prioridade for manter a mesma pessoa/objeto em várias cenas.
Em paralelo, crie um moodboard do projeto e utilize em todos os prompts para garantir consistência entre as peças. Para reduzir a aleatoriedade entre variações, fixe um seed e mude apenas um elemento por vez (cenário, figurino ou ação).
Defina o foco: estilo ou personagem.
Estilo: aplique Style Reference (
--sref
) com 1–3 imagens e cole o bloco de estilo do moodboard no prompt.Personagem: use Character/Omni Reference (
--cref
/Omni) com a imagem base do rosto/objeto.Controle: fixe
--seed [n]
, para reduzir aleatoriedade. Mantenha a mesma proporção e mude só um elemento por vez. Se notar desvio, reutilize a mesma referência e o mesmo bloco e gere novamente.
Visual Electric
O Visual Electric parte do seu moodboard e o transforma em um estilo do projeto reaplicável (o “Custom Style”). Na prática, você reúne referências de cor, textura, luz e composição dentro do canvas, salva esse conjunto como estilo e passa a usá-lo em toda nova geração. Ao criar as peças, você seleciona esse estilo, envia as referências (personagem ou produto) como referência visual e mantém a mesma paleta. O resultado é simples: o clima permanece idêntico de uma imagem para outra, enquanto você muda apenas o contexto, enquadramento ou ação.
Monte o moodboard: reúna 6–12 referências.
Crie o Custom Style: selecione o conjunto do moodboard e salve como estilo do projeto (nomeie para reutilizar).
Ative o estilo ao gerar: escolha o Custom Style sempre que for criar novas imagens.
Use referências: envie a referência (personagem ou produto).
Fixe a paleta em Colors: defina as cores da campanha para manter o mesmo tratamento cromático.
Gere em lotes com controle: mude apenas um elemento por vez (cenário, pose ou ação) e mantenha a mesma proporção. Se alguma saída estiver fora, reaplique o mesmo Custom Style e a referência e gere novamente.
Stable Diffusion e LoRA
Stable Diffusion é a ferramenta mais aberta e maleável. Sua curva de aprendizado é maior, mas o nível de controle é incomparável. O uso de LoRAs (Low-Rank Adaptations) permite treinar nuances específicas, seja um personagem, um padrão de iluminação ou até uma estética de marca. Quando bem configurado, é o recurso que dá mais previsibilidade e consistência em grande escala.
Escolha um checkpoint estável: use um modelo-base (ex.: SDXL) compatível com a estética desejada da campanha.
Treine ou carregue um LoRA: suba de 15 a 30 imagens, variando ângulos e contextos. O LoRA vai aprender as características únicas que precisam ser mantidas.
Aplique o LoRA nos prompts: ao gerar novas imagens, combine o modelo principal com o LoRA usando pesos (ex.:
<lora:nome:0.8>
). Ajuste a intensidade para equilibrar fidelidade e liberdade criativa.
Luma AI
Embora seja mais conhecida por sua força em vídeo, a Luma também vem explorando consistência em imagens tridimensionais. Sua tecnologia de reconstrução em 3D abre espaço para manter coesão entre ângulos diferentes de um mesmo objeto ou personagem, algo essencial em campanhas de produto.
Capture a peça-mãe em 3D: use o recurso de NeRF capture (com vídeo ou sequência de imagens) para registrar o objeto ou personagem em múltiplos ângulos.
Gere o modelo tridimensional: a plataforma reconstrói automaticamente a geometria e as texturas, garantindo fidelidade visual.
Produza variações controladas: a partir do mesmo modelo 3D, gere renders em diferentes iluminações, fundos ou enquadramentos sem perder a identidade do produto ou personagem.
Freepik
O Freepik apostou na integração entre banco de imagens e geração com IA. Seu grande trunfo é permitir variações consistentes a partir de estilos já validados comercialmente, o que facilita campanhas que precisam de escala sem perder coerência.
Apesar de reunir diversos modelos, o destaque fica para Flux e Nano-Banana (Gemini 2.5 Flash Image), que usamos para manter consistência ao variar o contexto. Na prática, Flux é ótimo para preservar estética e realismo entre variações, enquanto o Nano-Banana brilha na edição contextual mantendo a identidade do personagem/produto ao trocar cenário, objetos ou pequenos detalhes.
Suba sua referência: use a peça-mãe ou conjunto de referências como base.
Escolha o modelo: Flux ou Nano-Banana.
Gere variações: peça versões mantendo estilo e proporções da imagem enviada.
Higgsfield: SOUL ID
O diferencial da Higgsfield está no SOUL ID, uma tecnologia voltada para consistência de personagens. Essa função garante que rostos e expressões sejam mantidos de uma peça para outra, permitindo a construção de narrativas em que um mesmo personagem aparece em múltiplos contextos sem perder identidade.
Criação do SOUL ID: suba um conjunto de imagens do personagem ou rosto principal. O sistema gera um ID exclusivo que serve como “DNA visual”.
Associação ao personagem: confirme e ajuste o SOUL ID, garantindo que os traços capturados sejam fiéis ao que precisa ser replicado.
Uso em prompts: ao criar novas peças, adicione o SOUL ID ao prompt. Isso faz com que o personagem mantenha consistência de rosto, expressão e proporções.
Flora AI
A Flora se posiciona como uma IA de criação de imagens com maior sensibilidade estética. Sua proposta é trabalhar consistência de forma “orgânica”, preservando texturas, paleta e atmosfera entre as variações.
Suba a referência: carregue a imagem central, como um personagem, produto ou cena de referência.
Fixe o elemento principal: defina no prompt que o rosto, objeto ou item deve ser preservado em todas as variações.
Krea AI
Krea AI é uma das ferramentas mais práticas para consistência, especialmente em campanhas com volume. Sua capacidade de fixar personagens e gerar variações controladas é um atalho valioso para diretores de arte.
Suba a referência: carregue a imagem do personagem ou produto.
Ative o recurso de consistência: selecione a função de Character Consistency para rostos ou a de Product Consistency para objetos.
Configure parâmetros fixos: defina cor, estilo visual ou proporções que não podem mudar de uma variação para outra.
Consistência em vídeos gerados com IA
Se manter consistência em imagens já é um desafio, em vídeo o grau de complexidade aumenta. Aqui não basta replicar um personagem ou uma paleta de cor: é preciso garantir fluidez entre frames, coerência narrativa e estética que não quebre no movimento. Algumas ferramentas estão despontando como referência para esse tipo de trabalho.
Kling AI
A Kling AI se destaca por criar takes longos com boa continuidade, mas o jeito de ancorar referência muda conforme o modo. No Elements, você guia a geração com 1–4 imagens (personagem, produto, cenário) para compor um vídeo coeso do zero. Já no Multi-Elements, você sobe um vídeo de referência e troca, adiciona ou remove itens dentro dele.
Elements (image-to-video com múltiplas imagens): ideal para gerar uma cena nova mantendo personagem/produto coerentes ao longo do take. Você combina 1–4 imagens de referência (ex.: rosto, carro, ambiente) e descreve a ação ou câmera.
Multi-Elements (edição sobre vídeo de referência): ideal para preservar identidade em um vídeo existente (substituir ator/objeto, ajustar figurino, inserir produto) mantendo luz, estética e movimento originais. É nesse modo que você faz upload de vídeo como base.
Escolha o modo certo: quer gerar do zero com referências visuais? Use Elements (1–4 imagens). Quer editar um vídeo preservando o look/movimento? Use Multi-Elements (envie o vídeo de referência).
Defina o que não muda: personagem/rosto, produto/forma, paleta e luz. Repita os mesmos termos entre tentativas.
Descreva a ação/câmera sem alterar o estilo: foque no movimento (aproximação, deslocamento, giro) mantendo o mesmo “clima” entre versões.
Gere takes curtos (3–6 s) e revise quadro a quadro se o rosto/forma se mantiveram idênticos.
Itere com controle: se “escapar”, reenvie as mesmas referências (Elements) ou o mesmo vídeo (Multi-Elements) e reduza a complexidade da ação.
Google Veo 3
O Veo 3 é a resposta do Google ao desafio da consistência. Ele interpreta prompts com precisão e permite ancorar geração em imagem ou clipe curto. Na prática, mantém estilo de câmera, iluminação e atmosfera entre takes ao reaproveitar a mesma referência e repetir um “bloco de estilo” (lente, movimento de câmera, luz e paleta).
A API oficial suporta texto → vídeo, imagem → vídeo e o uso de imagens de referência (até três como asset ou uma como style), além de parâmetros como seed e resolução 720p/1080p.
Envie a referência em imagem ou clipe curto e defina o aspect ratio.
Padronize o bloco de estilo (lente, gramática de câmera, luz, paleta) e repita o mesmo texto em todos os prompts.
Gere takes curtos (3–6 s) e mantenha a descrição de movimento sem mudar o bloco de estilo.
Replique entre takes: reutilize a mesma referência (ou
referenceImages
) e, se fizer sentido, fixe o seed para reduzir distorções nas variações.
Runway Gen-4
A Gen-4 elevou a consistência entre frames e, com Gen-4 References, você usa até 3 imagens de referência para preservar personagens e locais entre cenas. É possível salvar referências e chamá-las por @nome nos prompts, o que facilita replicar o mesmo visual em várias peças sem destoar o estilo.
Carregue até 3 referências (personagem, local, estilo) no Gen-4 References.
Salve e rotule as referências. Reutilize com @nome no prompt.
Repita o bloco de estilo (lente, movimento de câmera, luz, paleta) em todos os takes e varie só o contexto/ação.Revise: se notar distorção de rosto/forma/cor, ajuste as referências (combinações) e regenere mantendo o mesmo conjunto.
Luma Dream Machine
A Luma consolidou seu nome ao oferecer consistência em 3D e vídeo, permitindo que personagens e ambientes sejam explorados de forma imersiva. A Dream Machine é capaz de manter a integridade estética mesmo em movimentos complexos de câmera.
Envie a referência: imagem ou clipe curto do personagem/produto.
Padronize o estilo (lente, movimento de câmera, iluminação, paleta, proporção) e repita o mesmo texto em todas as cenas.
Gere cenas curtas (3–6 s) e revise quadro a quadro; se houver distorções, aumente a força da referência ou simplifique o movimento.
Seedance
Seedance é uma das ferramentas mais experimentais, mas já chama atenção pela forma como mantém fluidez entre variações de dança e movimento corporal. Seu foco inicial é nichado, mas o aprendizado de consistência de corpo e expressão pode ser aplicado em narrativas publicitárias.
Envie a referência: imagem ou clipe curto do personagem/produto.
Padronize o estilo no prompt e repita em todas as cenas: proporção de imagem, iluminação, paleta e descrição do figurino/objetos que não podem mudar.
Defina o movimento com progressão: comece com ações simples (passos curtos, giros lentos) e aumente a complexidade só após validar que feições e proporções se mantêm.
Revise quadro a quadro: procure sinais de deformação. Se ocorrer, regenere reutilizando a mesma referência e simplifique o movimento.
HeyGen
O HeyGen ficou popular pelos avatares realistas e, para consistência, brilha ao permitir o mesmo avatar falando roteiros diferentes em cenários variados, com sincronia labial e controle de idioma, o que mantém continuidade narrativa entre peças. Você pode criar um avatar próprio (com vídeo de base e vídeo de consentimento) ou escolher um dos avatares da galeria e replicá-lo em múltiplas cenas.
Vídeo de consentimento: luz frontal, rosto totalmente visível, sem filtros. Tem que ser a mesma pessoa que vai virar avatar.
Crie o avatar: envie um vídeo-base do rosto (neutro, bem iluminado) e conclua a validação.
Padronize voz e idioma: escolha a mesma voz em todas as peças. Para versões em outras línguas, ative Lip Sync.
Trave enquadramento e estilo: defina moldura, luz e fundo. Salve como predefinição e reutilize em todos os vídeos.
Gere variações: troque só o texto/roteiro (e, se preciso, o idioma), mantendo avatar, voz e enquadramento.
Revise qualidade: confira sincronização labial, estabilidade do rosto e consistência de cor/iluminação. Se houver deformação, regenere usando a mesma predefinição.
Conclusão
Consistência é dar método para que a linguagem da marca sobreviva às variações. Na prática, campanhas ganham fôlego quando o fluxo é sempre o mesmo: direção criativa primeiro, técnica depois.
O guia de estilo dita limites e possibilidades, os prompts repetem o que precisa ser repetido, as ferramentas entram como extensões do olhar, não como atalho para “mais do mesmo”. É assim que se mantêm personagens reconhecíveis, produtos fiéis e uma atmosfera que atravessa formatos sem se perder no caminho.
Leve este artigo para o seu próximo job como check-list mental: conjunto de referências refinadas, parâmetros padronizados, referência reusada, variações controladas e uma boa rodada de curadoria. Feito isso, a pergunta que sobra não é se a IA vai “descaracterizar” sua campanha, mas quão longe você consegue levar a mesma identidade, com ritmo, coerência e presença.