Introdução ao Briefing para IA: dicas práticas para criar prompts que funcionam

Introdução ao Briefing para IA: dicas práticas para criar prompts que funcionam

Introdução ao Briefing para IA: dicas práticas para criar prompts que funcionam

19 de nov. de 2025

Human Picks

Staff

Sabe aquela ideia brilhante que você tem na mente? ChatGPT, Gemini, Midjourney e Claude são algumas das ferramentas de IA que vão te ajudar a transformar a sua visão em realidade. O ponto é que todas elas dependem de algo em comum: você precisa traduzir seu pensamento em palavras. 

E é justamente aí que mora o desafio, especialmente para quem está começando. Não é incomum você pedir uma imagem futurista e receber algo genérico, ou solicitar um texto criativo e ganhar algo burocrático demais. Se isso já aconteceu com você, não se preocupe: o que acontece é que a IA entende o que você diz, mas não a intenção real por trás do que você imaginou.

Fazer um bom briefing é o que diferencia um resultado comum de algo que expressa todo o seu potencial criativo. Dominar essa comunicação e criar comandos eficientes deixou de ser opcional, é uma habilidade essencial para quem quer usar a IA como verdadeira aliada estratégica. 

Hoje, é preciso ir além da técnica básica e entender prompts como briefing criativos, adaptando a linguagem para cada plataforma e construindo um fluxo integrado entre diferentes ferramentas.

O que vem antes do prompt: a estrutura do pensamento criativo

Antes de abrir o ChatGPT ou o Midjourney, existe um passo que muita gente pula: organizar a ideia na própria cabeça. Um prompt eficiente não nasce do nada, ele é a tradução de um pensamento que já foi estruturado internamente. Esse é o briefing que você faz consigo mesmo antes de digitar.

Pense em como funciona um briefing tradicional entre cliente e agência. Não é só "preciso de um anúncio". É: Qual o objetivo? Quem é o público? Qual a mensagem principal? Que sentimento precisa transmitir? O mesmo raciocínio vale quando você precisa traduzir esse briefing para a IA.

Perguntas que estruturam o pensamento antes do prompt

Para projetos visuais:

  • Qual a função dessa imagem? (vender, inspirar, informar, provocar)

  • Que emoção ela precisa despertar?

  • Onde ela será usada? (isso define formato, composição, legibilidade)

  • Que referências visuais já existem que se aproximam do que imagino?

Para conteúdo e texto:

  • Quem vai ler isso e em que contexto?

  • Qual a ação que espero dessa pessoa depois de ler?

  • Que tom faz sentido para essa situação? (inspirador, técnico, provocador)

  • Existem exemplos de textos que capturam esse tom?

Para projetos técnicos:

  • Qual o problema real que isso resolve?

  • Quais as limitações técnicas que preciso considerar?

  • Como essa solução se integra ao que já existe?

  • Que padrões ou estruturas fazem sentido usar?

Responder essas perguntas mentalmente (ou anotando mesmo) antes de escrever o prompt faz toda a diferença. Você deixa de ser alguém que "pede coisas pra IA" e passa a ser alguém que dirige o processo criativo usando a IA como ferramenta de execução.

A clareza do prompt depende diretamente da clareza do seu pensamento. Quanto mais estruturada está a ideia na sua cabeça, mais inteligente vai ser o comando que você vai dar.

Como estruturar um briefing criativo para IA

Não dá para simplesmente jogar um amontoado de palavras na caixa de texto e esperar que a mágica aconteça. Um prompt eficiente parte de um briefing criativo: é a tradução organizada da sua visão em instruções claras para a IA. Pense nele como o roteiro que você daria para um designer ou redator parceiro, só que adaptado para a linguagem que a IA compreende.

Essa estrutura de briefing funciona tanto para gerar uma identidade visual completa quanto para criar o tom de voz de uma campanha. O segredo está em ser específico e estratégico na organização das informações.

Na prática, um briefing criativo para IA combina camadas que se complementam:

Assunto principal (gancho do briefing): o foco central da criação. É o "o quê" você precisa que seja gerado.

Estilo ou tom de voz: a personalidade visual (realismo cinematográfico, design minimalista, estética dos anos 90) ou textual (conversacional, técnico, inspirador).

Elementos de composição ou detalhes: tudo que precisa estar presente, como a posição de um objeto, a presença de um personagem, hierarquia visual, argumentos-chave, calls-to-action. 

Especificações técnicas (os parâmetros de entrega): formato final (16:9, vertical para stories, código Python 3.x), paleta de cores (hex codes), resolução, estrutura de texto.

Referências de mercado (o contexto criativo): marcas, artistas, movimentos estéticos ou exemplos que contextualizam o resultado esperado.

Quanto mais detalhado for o seu projeto dentro dessa estrutura, mais assertivo será o resultado que a IA vai entregar. A diferença entre um resultado amador e profissional está justamente na qualidade desse direcionamento.

Por que referências visuais potencializam seus prompts

O texto tem força, mas ele fica ainda mais poderoso quando você o combina com amostras visuais. A maioria das ferramentas aceita referências para aumentar a precisão, funcionando como um guia para a sua visão.

  • Em imagem (Midjourney, Krea AI): você consegue anexar referências visuais e pedir: "neste estilo de fotografia, mas aplicado a [o seu novo conceito]".

  • Em texto (ChatGPT, Claude): dá para colar um trecho do tom de voz ou de um artigo de uma marca e pedir que a IA mantenha a consistência, gerando um novo conteúdo com o mesmo feeling editorial.

  • Em vídeo (Runway): é possível usar um vídeo de referência para guiar o movimento exato ou a composição que você espera para a cena animada.

Técnicas para elevar a qualidade criativa dos prompts

Aqui vai a diferença entre quem usa IA casualmente e quem domina a ferramenta: a precisão da linguagem técnica. A IA responde muito melhor quando você usa os termos específicos da sua área. É como a diferença entre pedir "uma foto bonita" e especificar "fotografia editorial com iluminação Rembrandt e composição em regra dos terços". Dominar esse vocabulário transforma a ferramenta em uma extensão do seu olhar criativo.

Para projetos visuais: fotografia, design e audiovisual 

Os termos em inglês tendem a gerar resultados mais precisos porque a maioria das IAs foi treinada com datasets majoritariamente em inglês. Sempre que possível, use nomenclaturas como:

  • Composição: "rule of thirds", "golden ratio", "negative space", "leading lines"

  • Iluminação: "Rembrandt lighting", "rim light", "soft diffused lighting", "high key/low key"

  • Técnica: "depth of field", "bokeh", "long exposure", "motion blur", "grain texture"

  • Enquadramento: "dutch angle", "bird's eye view", "extreme close-up", "establishing shot"

Para conteúdo: texto e estratégia

  • Tom de voz: "conversational", "authoritative", "empathetic", "provocative"

  • Estrutura: "AIDA framework", "problem-solution format", "storytelling arc"

  • Persona: "C-level executive", "early adopter", "skeptical buyer"

  • Formato: "LinkedIn carousel copy", "email nurture sequence", "landing page hero section"

Para desenvolvimento: código e produto

  • Stack: "React 18 with TypeScript", "Python FastAPI", "Next.js 14 app router"

  • Padrões: "MVC architecture", "RESTful API", "responsive design", "mobile-first"

  • Performance: "lazy loading", "code splitting", "server-side rendering"

Cada termo que você adiciona reduz a margem de interpretação da IA e aumenta sua capacidade de entregar exatamente o que você imaginou.

Como refinar prompts: o processo iterativo com IA

O primeiro resultado quase nunca é o que resolve. Criar com IA é uma conversa: você ajusta, ela devolve e você afina até a ideia tomar forma. É como orientar uma dupla de criação, testando variações, entendendo o que funciona e o que não, e revisando o prompt conforme os insights aparecem. A cada volta, você ensina a ferramenta sobre a sua visão e garante que tudo siga o mesmo padrão do projeto.

Como adaptar o prompt para cada plataforma de IA

O briefing do diretor de arte pode ter a mesma essência, mas a tradução em prompt precisa mudar para que o resultado em cada plataforma seja otimizado.

  • Em modelos de linguagem, como o ChatGPT e Claude, o foco é o contexto. Vale definir o propósito e a persona que o modelo deve assumir, algo como: "Você é um especialista em..." Esses modelos são ótimos para rascunhos, estruturação de ideias e análises.

  • Em geradores de imagem, como o Midjourney e DALL-E, a prioridade são os parâmetros de câmera e estética. Termos técnicos de iluminação, lente, enquadramento e estilo fazem diferença para manter consistência visual.

  • Em geradores de vídeo, como o Runway e Pika, o que manda é movimento. Referências claras de ritmo, direção de câmera e enquadramento ajudam a criar animações curtas e expressivas.

  • Em ferramentas como o Canva AI e Adobe Firefly, o foco é a usabilidade. Prompts diretos funcionam melhor para gerar ícones, elementos gráficos e variações rapidamente.

Como integrar várias IAs em um projeto

Cada plataforma de IA tem seus pontos fortes, então saber como trabalhar com diferentes ferramentas em um workflow integrado é o que vai fazer toda a diferença nos seus resultados

Pense em um projeto: você precisa criar uma campanha de lançamento de produto. Isso envolve conceito, copy, identidade visual e materiais de divulgação. Veja um exemplo de como um workflow funciona:

  1. Estruturando o conceito com modelos de linguagem

Comece com ChatGPT ou Claude para organizar a ideia e criar o conceito criativo. Defina contexto, propósito e persona que a IA deve assumir. Você pode escrever algo como: 

"Você é um estrategista de marca. Crie três conceitos para o lançamento de [produto], considerando público-alvo, diferenciais e tom da marca"

Esses modelos entregam melhores resultados quando recebem contexto completo e instruções claras sobre o que você espera.

  1. Explorando visualmente com geradores de imagem

Agora que você já tem o conceito, é hora de transformar isso em imagem. Use um prompt claro, descrevendo estilo, clima, referência visual e detalhes técnicos. Um exemplo seria:

“Editorial lifestyle photography, summer urban minimalist creative territory, shot on Fujifilm X T4, 35mm f 1.4, natural window lighting, warm color grading, shallow depth of field, professional color correction, ar 16:9, style raw.”

Isso ajuda a criar imagens consistentes e que realmente representem a ideia.

  1. Produzindo assets em ferramentas de design

Em Canva AI ou Adobe Firefly, transforme a identidade visual em elementos gráficos, ícones e variações. Prompts curtos e diretos funcionam melhor e ajudam a agilizar a produção com consistência. Exemplo: 

"Minimalist icon set, flat design, single color palette, vector style, consistent line weight". 

  1. Finalizando textos e adaptações

Por fim, volte aos modelos de linguagem para criar os textos finais de cada peça. Essa etapa garante que toda a campanha fique alinhada e com padrão profissional.

Um exemplo de prompt: 

"Com base no conceito [x], escreva o copy para [peça], mantendo o tom [definido] e formato [estrutura]". 

Percebe a diferença? Você não está pedindo "uma imagem legal" em cada ferramenta isoladamente. Você está dirigindo um processo criativo completo, usando cada IA no seu ponto forte e garantindo consistência estratégica em todas as entregas.

Domine o briefing de IA e assuma a direção criativa

Fazer bons prompts é a grande habilidade de direção criativa na era da IA com consistência. A ferramenta pode até acelerar o processo, mas quem define o rumo, o tom e a qualidade final continua sendo a pessoa do outro lado da tela.

Quando você domina o briefing, a IA começa a operar como parceira de criação, alinhada à visão que você quer transformar em realidade. É aí que os projetos ganham identidade e aquele acabamento que só um olhar criativo bem treinado entrega.

A IA abre as portas da produção criativa para todo mundo, mas a diferença entre um resultado mediano e algo memorável continua nas mãos de quem conduz. Aprimorar a arte de briefar é, no fim das contas, investir no que te mantém autêntico no mercado criativo. Para ver esses conceitos em ação, vale entender também como agências estão usando IA para acelerar o processo criativo sem perder qualidade.

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