13 de nov. de 2025
Nando
CEO | FOUNDER
Depois de anos usando tecnologia licenciada, a Microsoft finalmente lançou sua própria IA de imagens. O MAI-Image-1 é o primeiro gerador visual desenvolvido do zero pela empresa, o que representa uma virada importante: até então a gigante da tecnologia apenas personalizava o que vinha da OpenAI, criando uma dependência externa que não combinava muito com quem sempre quis liderar o mercado. Agora, com tecnologia própria, a Microsoft entra de vez na corrida da IA visual jogando com as próprias regras.

Realismo e velocidade: o que o MAI-Image-1 promete entregar
O grande diferencial do MAI-Image-1 está no foco em realismo e velocidade, dois pilares que fazem diferença quando você cria concept art, mockups ou peças publicitárias. Segundo a própria Microsoft, o modelo entrega imagens de alta fidelidade, com atenção especial em iluminação, textura e cor. A empresa também promete um tempo de geração menor, permitindo explorar mais variações em menos tempo e testar ideias com mais agilidade.
Usos do MAI-Image-1: do marketing às redes sociais
O modelo da Microsoft pode ser usado desde a criação de posts e stories com diferentes estilos nas redes sociais até renderizações detalhadas de produtos e e-commerces. Marcas e agências podem simplificar o processo criativo em arte conceitual e design de marca, mantendo consistência visual em campanhas.
A ideia é permitir que qualquer pessoa gere imagens com qualidade profissional a partir de comandos simples, sem precisar montar uma produção complexa a cada variação.
O papel dos criativos no desenvolvimento do modelo
O desenvolvimento do modelo contou com o olhar de criativos experientes. A Microsoft reuniu especialistas visuais e diretores de arte para calibrar os resultados, garantindo que a IA entendesse nuances importantes do trabalho criativo.
O próprio Mustafa Suleyman, CEO da divisão de IA da empresa, compartilhou exemplos no X mostrando como o modelo acerta nos detalhes de retratos, paisagens e fotos de comida.

Ecossistema MAI: a família integrada que marca a autonomia da Microsoft
O MAI-Image-1 não pretende viver isolado. Ele faz parte de uma nova família de modelos internos da Microsoft que inclui o MAI-1-preview (texto) e o MAI-Voice-1 (voz). A estratégia é clara: manter parcerias com gigantes como OpenAI e Anthropic, mas desenvolver suas próprias tecnologias em paralelo. Isso reduz dependências externas e dá à empresa mais controle sobre o futuro dos seus produtos de IA, algo essencial em um mercado onde a inovação acontece em ritmo acelerado.
A Microsoft já está integrando o modelo a outros recursos, como o Copilot Audio Expressions, onde as imagens ganham vida a partir de narrativas criadas por IA. É um passo em direção a um ecossistema de criação mais integrado, onde texto, voz e imagem se complementam dentro da mesma plataforma.
Tutorial: como usar o MAI-Image-1 no Bing Image Creator
O MAI-Image-1 já pode ser usado pelo Bing Image Creator e pelo Copilot. Como essas plataformas oferecem vários modelos de criação, como o DALL-E 3 e o GPT-4o, é importante saber selecionar o MAI-Image-1 para testar corretamente.
Passo 1: acesso e seleção do modelo
Acesse o Bing Image Creator (bing.com/create) ou abra a interface de geração de imagens no Copilot e faça login com sua conta Microsoft (Outlook, Hotmail, etc.). Depois, procure a opção de escolha de modelo e certifique-se de selecionar o MAI-Image-1. Esse detalhe é fundamental para garantir que você está testando o modelo certo.

Passo 2: criando o prompt ideal
O MAI-Image-1 funciona melhor com instruções específicas. Pense como um fotógrafo: você precisa detalhar luz, ângulo e textura. Em vez de digitar algo simples como "um carro", estruture seu comando em três camadas:
Primeiro, defina o objeto e a cena: "um carro esportivo vermelho estacionado na beira de um lago". Depois, detalhe o estilo e a resolução: "imagem fotorrealista de alta resolução (4K), com brilho e reflexos". Por fim, especifique a luz e o ângulo: "luz do meio-dia, ângulo baixo, com reflexo nítido na água".
O prompt completo ficaria assim: "um carro esportivo vermelho estacionado na beira de um lago, em uma imagem fotorrealista de alta resolução (4K). Luz do meio-dia, ângulo baixo, com reflexo nítido na água."
Passo 3: criar e refinar
Com o prompt pronto, clique em Criar para gerar a imagem. Depois que a IA processar seu pedido, você pode baixar o resultado ou ajustar detalhes específicos na descrição (como cor, iluminação ou ângulo) e gerar novamente até alcançar exatamente o que você busca. A chave está nesse processo de refinamento: quanto mais você testar e ajustar, melhores ficam as imagens.

A batalha do realismo: como o MAI-Image-1 se compara com DALL-E 3 e Midjourney
O MAI-Image-1 não é apenas mais um competidor, é uma declaração estratégica que marca a entrada da Microsoft em um mercado já maduro. A disputa deixou de ser sobre quem consegue gerar uma imagem e passou a girar em torno de quem domina o fluxo de trabalho e entrega o melhor resultado visual.

O cenário competitivo hoje é liderado por dois nomes: Midjourney e DALL-E 3.
O Midjourney se consolidou como o “queridinho” em qualidade visual e realismo, sendo a escolha de quem busca controle refinado e resultados com toque cinematográfico.
Já o DALLE-E 3 redefiniu o conceito de usabilidade, com uma integração direta ao ChatGPT que transformou a criação em um processo conversacional e preciso, acessível a milhões de pessoas.
Agora, o MAI-Image-1 precisa provar que não veio apenas para ocupar espaço, mas para oferecer uma alternativa real.
Os 3 pilares que definem o sucesso da IA visual: velocidade, qualidade e consistência
O desempenho do MAI-Image-1 será definido por três pilares essenciais:
Produtividade (velocidade):
A Microsoft aposta na velocidade bruta de renderização do MAI-Image-1, o que faz sentido no olhar corporativo, onde ganhar alguns segundos em cada geração pode economizar horas inteiras em grandes campanhas.
O DALL-E 3, porém, compete de outro jeito: com a eficiência de acertar de primeira por meio do "prompt-to-perfection", já que o GPT-4 costuma interpretar bem o pedido logo na primeira tentativa, reduzindo o tempo gasto com ajustes. No fim das contas, produtividade real se mede pela precisão, não apenas pela velocidade.
Fidelidade estética (fotorrealismo):
Aqui é onde o Midjourney mais se destaca, sendo o favorito disparado para renderizações hiper-realistas de ambientes complexos. O DALL-E 3, por outro lado, oferece algo mais prático: ele consegue gerar texto legível e coerente dentro da imagem, um diferencial importante para quem trabalha com marketing.
O MAI-Image-1 está apostando nos aspectos técnicos como iluminação e reflexão para tentar alcançar esse nível de realismo, mas ainda precisa provar que está no mesmo patamar.
Consistência:
Manter estilo e personagens coerentes ao longo de uma série é fundamental para marcas e narrativas visuais. Tanto o Midjourney (com seus comandos avançados) quanto o DALL-E 3 (com a sofisticação do prompt gerenciado pelo GPT-4) já entregam essa confiança.
O desafio do MAI-Image-1 será provar que consegue entregar essa consistência em escala e com a estabilidade necessária para conquistar o mercado.
O posicionamento estratégico: MAI-Image-1 mira o mercado corporativo
Mais do que uma nova opção, o MAI-Image-1 representa a aposta da Microsoft em um ecossistema integrado. Sua força não está apenas no resultado artístico, mas na forma como se encaixa no ambiente empresarial: o modelo foi criado para operar dentro da infraestrutura da Microsoft, com integração direta ao Azure AI e ao Copilot, oferecendo segurança, licenciamento estável e custos escaláveis por imagem.
Enquanto o Midjourney conquista artistas que prezam por controle total e o DALL-E 3 atrai profissionais de marketing que priorizam praticidade, o MAI-Image-1 foca no usuário corporativo que precisa de desempenho integrado ao fluxo de trabalho.
A disputa real, no entanto, vai acontecer nos bastidores: estrutura de dados, custo por imagem e possibilidades de licenciamento é que vão definir quem domina o futuro da IA visual em larga escala.
O futuro da IA visual: entre a promessa técnica e a adoção real
Vai ser interessante acompanhar como o MAI-Image-1 vai se comportar fora do ecossistema Microsoft. A grande pergunta é se ele consegue conquistar equipes que já têm fluxos de trabalho estabelecidos em outras ferramentas e se a promessa de autonomia criativa da empresa vira um diferencial real ou apenas mais um capítulo na disputa pela liderança em IA visual.
Vale lembrar que Mustafa Suleyman, CEO da Microsoft AI, tem uma visão específica sobre o papel da inteligência artificial no processo criativo: para ele, a tecnologia deveria nos tornar mais humanos, aprofundar a confiança e o entendimento entre as pessoas, fortalecendo nossas conexões com o mundo real. É uma proposta que coloca o humano no comando, usando a IA como ferramenta para amplificar a criatividade, não para substituí-la.
Se o MAI-Image-1 vai conseguir traduzir essa filosofia em resultado concreto, só o tempo e o feedback de quem cria no dia a dia vão dizer. No fim das contas, o teste não será técnico, mas prático: adoção, custo e integração no fluxo de trabalho é que vão definir o papel da Microsoft no mapa da IA visual. E é sempre bom quem dominar essas ferramentas vai estar um passo à frente de quem ignora a revolução acontecendo agora.
Uma coisa é certa: o mercado está mudando rápido, e quem souber usar essas ferramentas vai estar à frente de quem escolhe ficar de fora. Para aprofundar esse pensamento, leia também: afinal, a IA vai substituir os designers?






