Campanhas nacionais feitas com inteligência artificial: 6 exemplos na publicidade brasileira

Campanhas nacionais feitas com inteligência artificial: 6 exemplos na publicidade brasileira

Campanhas nacionais feitas com inteligência artificial: 6 exemplos na publicidade brasileira

19 de set. de 2025

Marioo

CREATIVE DIRECTOR | FOUNDER

A publicidade brasileira sempre foi marcada pela ousadia criativa. Dos grandes filmes de TV aos virais da internet, o mercado tem um histórico de se reinventar diante de novas tecnologias. A chegada da inteligência artificial, no entanto, acelerou essa transformação como poucas vezes vimos antes. Em apenas dois anos, saímos da curiosidade com imagens estranhas e mal acabadas para campanhas robustas, com estética profissional, conceito forte e, principalmente, impacto cultural.

Hoje, falar em IA na publicidade não é mais especular sobre o futuro, é relatar o presente. Marcas gigantes como Mercado Livre, Magalu, Lay’s, Casas Bahia e Renner já colocaram a inteligência artificial em suas estratégias criativas, explorando desde narrativas emocionais até experiências de consumo hiper personalizadas. O que antes parecia experimental virou um campo de disputa real por relevância, inovação e conexão com o público.

Mercado Livre + Samsung: Smart Week 2025

O Mercado Livre, em parceria com a Samsung, lançou aquela que foi chamada de primeira campanha 100% criada com inteligência artificial generativa no Brasil. O filme da Smart Week mostra uma entrega acontecendo no meio da selva, com animais interagindo com produtos da Samsung ao som de “BumBumTamTam”, do MC Fioti. 

"Nesta campanha, a IA é o meio para contar uma história diferente, com o uso de tecnologia e o talento humano que se complementam para definir o conceito, as mensagens e a experiência que queremos gerar.”

– Valeria Bazzi, Diretora Sênior de Branding e Relações Públicas do Mercado Livre.

O que torna essa peça única é o fato de todas as imagens terem sido criadas por IA, sob a supervisão de diretores de arte e roteiristas humanos que deram coerência narrativa ao material. Essa combinação entre a potência da IA e a direção criativa humana tornou a campanha não apenas um marco estético, mas também um sinal claro de que a publicidade nacional já abraçou de vez as ferramentas de criação automatizada.

"Estamos comprometidos em aproximar nossos produtos e soluções das pessoas, mostrando de forma prática como a tecnologia Samsung simplifica o dia a dia; e a inteligência artificial nos permitiu explorar um formato inédito de narrativa, mais útil e humano."

– Renato Shiratsu, Diretor de Marketing da Samsung para a América Latina

Magalu: Paitrocine seu pai

No Dia dos Pais de 2025, a Magalu lançou a ação “Paitrocine seu pai”, que levou a personalização de conteúdo para outro nível. A ideia era simples, mas emocionante: os usuários enviavam fotos pelo WhatsApp e recebiam vídeos gerados por IA que simulavam encontros entre pais e filhos na mesma idade. 

A assistente virtual Lu, já conhecida do público, foi a ponte dessa experiência. O resultado foi uma campanha que uniu emoção e inovação, mostrando como a IA pode reconstituir memórias impossíveis e criar novos vínculos entre gerações.

Magalu: Marisa Maiô

Outro movimento inesperado foi a adoção da personagem Marisa Maiô, criada com IA pelo artista Raony Phillips. A apresentadora virtual virou um fenômeno cultural nas redes sociais, com seu estilo surreal de talk show, humor debochado e as próprias “falhas” da inteligência artificial assumidas como estética.

Rapidamente, a personagem foi absorvida em campanhas publicitárias, inclusive pela Magalu, que transformou o viral em ativo de marca. Esse caso mostra como a publicidade brasileira soube surfar uma onda cultural criada pela própria lógica da IA: o improvável, o estranho e o divertido se tornaram ferramentas de engajamento real.

Lay’s: Comentarista Disfarçada

A Lay’s trouxe uma reflexão social ao usar IA para transformar a voz da narradora Elaine Trevisan em uma voz masculina. A proposta era simples e direta: verificar se a profissional receberia o mesmo nível de críticas narrando futebol com voz de homem. O resultado foi chocante e confirmou o preconceito de gênero existente no esporte. 

A campanha não apenas gerou debate, como também conquistou prêmios e colocou a marca em um lugar de protagonismo social. É um case emblemático de como a IA pode servir como ferramenta de denúncia e transformação cultural, conquistando Ouro na categoria “Excelência Criativa Potencializada por IA” e Bronze em “Grandes Ideias – Uso Inovador de IA em Publicidade”.

Casas Bahia: Missão Preço Impossível

As Casas Bahia mostraram como a inteligência artificial pode ser usada de maneira pragmática, para reduzir custos e acelerar entregas. A campanha “Missão Preço Impossível” foi criada em um modelo híbrido: parte filmada, parte gerada por IA. 

Esse formato reduziu os custos em aproximadamente 50% sem comprometer a qualidade e ainda permitiu que a campanha fosse veiculada em múltiplos formatos, TV aberta, cinema, redes sociais e até nos pontos de venda. Esse é um exemplo claro de como a IA já não é apenas experimental, mas ferramenta real de eficiência dentro do marketing de varejo.

Renner: Provador virtual com IA

A Renner, em parceria com a Eletromídia, criou uma experiência de provador virtual hiper-realista em shoppings de Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Usando IA generativa, o sistema vestia digitalmente as roupas em diferentes biotipos, permitindo que os consumidores visualizassem como as peças ficariam no corpo. A ativação ainda oferecia cupons de 15% de desconto para compras online. 

Essa ação conecta moda, tecnologia e consumo em um só gesto, mostrando como a IA pode criar experiências físicas e digitais integradas que ampliam o relacionamento entre marca e público.

Conclusão

Esses seis exemplos provam que a inteligência artificial já ocupa um lugar estratégico na publicidade nacional. Não se trata apenas de reduzir custos de produção, como no caso das Casas Bahia, ou de criar experiências futuristas no varejo de moda, como a Renner fez com seus provadores virtuais. 

A IA está sendo usada para provocar emoção, como no “Paitrocine seu pai” da Magalu, para surfar fenômenos culturais, como na adoção da Marisa Maiô, para levantar debates sociais urgentes, como no filme da Lay’s, e até para transformar narrativas institucionais em algo inédito, como no case do Mercado Livre e Samsung.

Mais do que uma ferramenta, a IA virou uma lente pela qual enxergamos a criatividade brasileira se reinventando. Ela não substitui o olhar humano, mas amplia suas possibilidades, criando novos formatos, novas estéticas e novas conversas com a audiência. O desafio que se coloca daqui para frente é claro: usar essa tecnologia não só para impressionar visualmente, mas para gerar relevância cultural, impacto social e resultados de negócio.

A publicidade brasileira sempre teve talento para unir emoção e inovação. Agora, com a IA, esse talento encontra um aliado capaz de multiplicar suas formas de expressão. O futuro não é uma promessa distante, ele já está sendo escrito, frame a frame, por campanhas como essas.



Update

Receba as Novidades do Mundo da IA e do Mercado Criativo

Todas as quintas, às 10h.

CRIATIVIDADE

TECNOLOGIA

Update

Receba as Novidades do Mundo da IA e do Mercado Criativo

Todas as quintas, às 10h.

CRIATIVIDADE

TECNOLOGIA

Update

Receba as Novidades do Mundo da IA e do Mercado Criativo

Todas as quintas, às 10h.

CRIATIVIDADE

TECNOLOGIA